Circular Técnica - Terrena (2/2024)
Introdução
As raízes são consideradas a “boca” que nutre as plantas por meio da absorção de água e nutrientes. Além da absorção, elas são alicerce e atuam como meio de sustentação para as plantas se desenvolverem. As raízes também melhoram a estrutura do solo e promovem a atividade microbiana, contribuindo para a fertilidade e a eficiência do sistema de produção. Por esses motivos, é importante adotar estratégias de manejo que estimulem o crescimento e desenvolvimento do sistema radicular.
Além de macronutrientes como o fósforo (P), cálcio (Ca), potássio (K) e magnésio (Mg), os micronutrientes também são indispensáveis nesse processo. No desenvolvimento radicular, eles estão ligados principalmente com a produção do hormônio auxina, que estimula a diferenciação das células induzindo o enraizamento (MARSCHNER, 2011). O boro (B) por exemplo, é ativador de enzimas que atuam no metabolismo da auxina, na divisão e alongamento celular e no transporte de carboidratos. O carboidrato transportado para as raízes é utilizado como fonte de energia para o crescimento e para que de fato o crescimento das raízes ocorra, é necessário um bom alongamento e divisão celular (MARSCHNER, 2011) (Figura 1). A figura 2 mostra que a redução no alongamento celular ocorre poucas horas após diminuir o fornecimento desse nutriente para a cultura.
Figura 1: Efeito da aplicação de boro no desenvolvimento radicular de plantas de canola, soja e milho. Fonte: Ismail Cakmak.
Figura 2: Alongamento radicular em plantas com e sem a presença de boro. Fonte: Saldanha et al. (2023).
Já o zinco (Zn), para o crescimento radicular é importante na síntese de triptofano, que é o aminoácido precursor da formação de auxina (TAIZ et al., 2017). O manganês (Mn) assim como o Zn, está envolvido na ativação de enzimas presentes na rota de produção do triptofano e da ornitina, aminoácidos que possuem ação enraizadora (MARSCHNER, 2011). O molibdênio (Mo) é constituinte da aldeído oxidase, enzima que também está envolvida na produção dos hormônios ácido abscísico e auxina (LEYDECKER et al., 1995).
Para obter maiores produtividades, os níveis desses nutrientes devem ser corrigidos no solo. Como complementação, a aplicação via tratamento de semente, sulco de semeadura ou foliar também é uma boa estratégia. O ideal é que o fornecimento desses nutrientes seja realizado desde o estabelecimento inicial da cultura. Para essa finalidade, recomenda-se a aplicação de Strenus, fertilizante líquido, aplicado via sulco de semeadura, que possui em sua composição nitrogênio, fósforo, boro, zinco e substâncias orgânicas com função enraizadora.
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